TIRADENTES REVISITADA de Oscar Araripe
Outra vez Oscar Araripe.
Outra vez flores, muitas flores!
Outra vez cores, muitas cores!
Talvez, menos luz!
Talvez, mais tardes que manhãs!
Os dias são outros.
Oscar é o mesmo. Os anos, não.
Por isso, mais densidade.
Mais inverno que verão.
Mais outono que primavera.
E gosto!
Gosto deste eterno lindo contraste:
montanha e mata,
simbiose de sustentação das partes,
uma quase a nascer da outra!
Gosto da criação panorâmica:
luzes diversas,
claras ou opacas,
em paisagem única,
visitada em momentos distintos.
Gosto do céu sempre a compor o fundo,
de nuvens abundantes e carregadas,
nas quais é possível sonhar, como em criança,
inventando fantasias animadoras da vida.
Não, Oscar não me cansa!
Sua pintura não exige compreensão.
Oferece, sim, oportunidade de um sentir espontâneo,
desprovido de qualquer afetação.
Tal qual ele é.
Tal qual a Tiradentes, também.
Oscar não me cansa!
A paixão pela independência e pela liberdade,
apanágio de sua vida,
fazem sua obra cheia de leveza e vida.
Leveza de vida!
Aliás, nela tudo é vida:
monótonas formas isoladas,
levam, em conjunto, aos eternos caminhos
de incansáveis viajores...
E Tiradentes é isso!
Não, não me canso de Oscar!
Nele, borboletas voam duvidando do ar...
Assinatura, ora é calçada;
ora, forração.
Flores, são silvestres.
Natureza, beleza!
Não me canso de Oscar!
Irreverente, sim; insensato, não.
Afinal,
Tiradentes Revisitada
Faz-nos sonhar sonhos....
É linda!
É vida!
É emoção!
E sinto paz!
Obrigado, Oscar.
João Bosco de C.T.
S.J.del Rei, 15.12.05