Vivo, Nezahualcóyotl falaria de flores: “Que sean postos ya / Los collares de flores”.
Faminto poeta, Rei do bom combate, “solo en tu libro de pinturas vivimos”.
Gosto muito deste belo bélico da arte mexicana, pré e pós colombiano. Rei guerreiro, coiote sedento, serpente e dragão, emplumado poeta. Águas de fogo, ares de terra. Tudo vivo e inexistente. Pura arte vital. Geometrias de tolos, belos homens alados de curvas tão retas. Tenho os olhos vermelhos. Beijei moças das matas virgens. Comi frutos proibidos e gostei.
Alegria Xon Ahuiyacan.
Acolmiztli Nezahualcóyotl.
“! Oh, si nunca yo muriera,
Si nunca desapareciera”.
Oscar Araripe
Outubro de 2008.
O Rey Nezahualcoyotl, de Oscar Araripe
por Darcy Reis
És delicado!
Emerges do pélago como se fosse bailar
Trazes das entranhas de Netuno
A leveza que não se espera
Flutuas numa harmonia liquefeita
E de tua leveza como se dançasses
nos olhos impões a sinceridade do teu vermelho
Tu não tens garras - são braços afetuosos
És como se quisesses metamorfosear num dançarino
Não és lenda - és real como o sal
És líquido como a fauna que proteges
Anuncias a tua paz na tua dança azul
Que queres de nós além da leveza
Que pretendes de nós senão a franqueza
Que resgatas em nós senão a fraterna mão
Ó Deus! não precisas de pés
Teu domínio não se impõe ao pisar
Queres apenas anunciar que o mar nos une
Queres apenas aproximar Terras
Queres unir o doce encanto oriental
Ao colorido verde amarelo que enebria
Sabes de nós - mas ainda somos aprendizes de ti.