
Anistia para Oscar Araripe
Oscar Araripe anistiado em sessão histórica na Faculdade de Direito da UFMG: 48 anos esperando por isso – Foto: Divulgação
O ano de 2012 foi pródigo para o estimado escritor e pintor carioca Oscar Araripe, que escolheu Tiradentes para viver. Com projetos concretizados e reconhecimento pelo trabalho realizado – recebeu a Medalha de Ouro nas Olimpíadas Artísticas de Londres, foi agraciado com a Comenda da Liberdade e Cidadania e teve o livro O Direito à Arte lançado em sua homenagem. E 2013 já anuncia boas novas, em abril expõe na prestigiosa Galeria Teodora, em Paris, como pintor convidado. Com tudo isso, Oscar Araripe tem muito para comemorar, porém o mais importante, no entanto, aconteceu na última sexta-feira, 30, quando o ex-militante da Ação Popular (AP) foi anistiado pelo Governo Brasileiro junto a outros 30 ex-presos e perseguidos políticos pela Ditadura Militar.
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A sessão pública foi na Faculdade de Direito da UFMG e é uma das ações da Caravana da Anistia, projeto da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça que se propõe a resgatar, preservar e divulgar os temas da anistia política, da democracia e da justiça de transição. Ao todo são 60 mil casos analisados pela Caravana, que já percorreu 20 estados brasileiros. Outra grande notícia foi o lançamento, na quinta-feira, 29, do Memorial da Anistia, que será erguido no local da antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG (Fafich), no bairro Santo Antônio, em BH. As obras estão previstas para começar este mês.
Alma lavada
Com trajetória marcada pela coerência política e ideais de vida, que lhe valeram reviravoltas na vida pessoal e profissional, a anistia, após 48 anos, foi mais que merecida. Emocionado, Oscar Araripe falou a esta coluna: “Foi uma longa sessão, a mais significativa que já participei. Jamais esquecerei os depoimentos dos anistiandos e seu sofrimento. Todas essas histórias heróicas ficarão gravadas para sempre. Tive a oportunidade de contar fatos inéditos para o Memorial da Anistia, que será erguido em BH. Emocionado em vários momentos, quase chorei quando os membros da Comissão, de pé, pediram-me desculpas em nome do Estado brasileiro. Enfim, viramos esta página”.