Inauguração da exposição “O Brasil nunca mais o Brasil” acontece na Praça da Liberdade em BH
Fachada Digital do Centro de Conhecimento UFMG, 30/09/2017
Por Luiza Miranda
A inauguração da exposição "O Brasil nunca mais o Brasil 5 estórias sem palavras", ilustrada por imagens do artista plástico, escritor e advogado Oscar Araripe, aconteceu no dia 30 de setembro, na fachada Digital do Centro de Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade, 700 Funcionário – BH.
A mostra representa uma nova abordagem quanto à realização de exposições de arte, visto que as imagens são projetadas numa grande fachada de um edifício. Trata-se de uma maneira inovadora de expor obras de artes, pois além das imagens em grande dimensão, muitas pessoas podem ver a exposição. No caso, no circuito da Praça da Liberdade, local de grande circulação de pessoas, considerado ícone da arte e da cultura em Belo Horizonte.
Reunindo 190 imagens, a exposição ficará em cartaz até 30 de outubro, com horário de abertura diária a partir das 18 horas.
Segundo Oscar Araripe, a exposição “O Brasil Nunca Mais o Brasil” conta 5 estórias sem palavras, a saber:
1 - O Areião ou Itabira Mon Amour – Presta uma referência a Hiroshima Mon Amour, representando a enorme perda que houve em Itabira, englobando a fauna, a flora e os arquétipos humanos, ocasionando uma degradação geral. As pinturas abordam também uma brincadeira com Carlos Drumond de Andrade e com a semana de arte moderna. O artista revela que o modernismo tem seu lado positivo, mas possui outra face muito avassaladora, assim Minas Gerais sofreu muito com a destruição dos modernistas.
2 - O Docodema ou o Governo do Poeta - Retrata o governo do poeta, onde não há crise e que a arte resolve todas as coisas, assim como a abertura do ser humano de despontar dessa situação terrível em que se ele se encontra em tantos aspectos. No caso, poderia ser condensado em uma frase: “Fora da arte não há solução, ela que a tudo redime e dá direção”.
3 - O Piauí da Paraíba ou Mulher Macho sim Senhor - Diz respeito a uma introdução do erotismo original, deixando de lado a questão de ser homem ou mulher, eliminando a esquizofrenia da separação dos gêneros.
4 - O Sabuji ou Nossas Águas são mais Belas - Enaltece o Sabuji que, na nossa língua indígena, quer dizer a fonte de água, chamando a atenção para a questão das águas, visto que é lamentável o descuido relativo às mesmas e com os nossos rios.
5 - O Uaupés ou Somos Todos Amazônicos – Ilustra a reflexão ao grande valor da Amazônia, pois embora saibamos a respeito, as questões que cercam a questão são esquecidas com muita rapidez, principalmente no setor público. Considerando também a avidez dos empresários e o agronegócio que atinge o território.
“Há trinta anos estava com minha obra literária concluída porque havia terminado a minha trilogia. Como disse um crítico de arte, na época, achatei as palavras e comecei a pintar. Fiz mil e duzentas imagens contando essas histórias sem palavras e estava me reinventando como pintor. Quando era muito jovem tive uns arroubos com relação a esta faceta, realizando inclusive exposição. Naquela época começaram a surgir as descobertas tecnológicas e imaginei que as pinturas iriam para as praças, coisa que só está acontecendo agora, trinta anos depois. Creio que essas cinco estórias “O Brasil Nunca Mais o Brasil”, se prestam a toda a humanidade e a todos os países”, finalizou Oscar.
Vitor Amaro, assessor de audiovisual do Espaço de Conhecimento da UFMG, comentou: “Sou responsável pela operacionalização, por inserir os conteúdos e acompanhar a manutenção da fachada. Envolvi-me com o projeto do Oscar, montamos a sequência das imagens de suas obras e formatamos o vídeo no padrão específico para ser exibido. Nosso objetivo, quanto à programação da fachada, é democratizar um equipamento que possui grande visibilidade, abrindo espaço para que artistas e produtores culturais possam exibir seus trabalhos. Foi estabelecida uma política para receber as propostas externas e qualquer pessoa que tenha interesse em divulgar algum projeto artístico, basta entrar no site do espaço, onde encontrará um formulário que passará pela avaliação do conselho”.