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Oscar Araripe discursando |
Estimado Desembargador Herbert José Almeida Carneiro,
Presidente do TJMG.
Senhoras e Senhores, minhas amigas e meus amigos:
A Pintura é imagem. E a imagem é silêncio. Mas é um silêncio que grita, e cala, delicadamente, nos corações de quem a contempla. Nada mais belo, portanto, que o silêncio de uma pintura.
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O painel Tiradentes de Oscar Araripe no TJMG |
Nosso painel Tiradentes, o Animoso Alferes, foi pintado em 1992, a pedido do Museu da Inconfidência, de Ouro Preto, e ali exposto durante as comemorações do Bicentenário da morte do herói. Hoje, 225 anos depois do martírio de Joaquim José, e 25 anos após ter sido pintado por mim, é aqui entronizado no hall do Palácio da Justiça de Minas Gerais. São datas e lugares eloquentes, que dizem muito de seu singular significado.
Ainda que o Brasil deva muito mais a Tiradentes do que Tiradentes ao Brasil, nosso herói, hoje, vive e cresce com ânimo definitivo, como pessoa e vulto histórico. Passado todo este tempo, e pensando em nossa atualidade, destaco duas de suas tantas qualidades, a saber: o homem descolonizado que foi e a sua clara, racional e intuitiva consciência do porvir. Como ele, continuamos sonhando com um Brasil mais Brasil. Como ele, brindamos o valor da vida, pois só os que valorizam a vida têm a consciência do porvir, e não se deixam corromper pela ambição do mau poder e do roubo do dinheiro que não lhes pertence.
Muito obrigado aos desembargadores, juizes e funcionários deste Tribunal que nos ajudaram a entronizar esta significativa obra. Agradeço muitíssimos aos autores dos textos que ilustraram o catálogo alusivo e comemorativo do evento: Desembargadores Herbert José Almeida Carneiro, Lúcio Urbano, José Afrânio Vilela, Rogério Medeiros Garcia de Lima, ao juiz Auro Aparecido Maia de Andrade e aos críticos e historiadores de arte Jacob Klintowitz e Mário Margutti, e à minha amada esposa Cidinha de Alencar Araripe, assim como à Sra. Andrea Val e a toda a equipe da Memória do Judiciário Mineiro, e também da Ascom.
Não há Arte injusta, nem Justiça sem Arte. Eu pinto para que tudo vire pintura.
Muito obrigado a todos.