Pois é, finalmente o Ministério Público de Minas Gerais revelou que o Inhotim é uma “lavanderia”, fato que muitos já sabiam, mesmo que a mídia, as galerias, os acadêmicos e os museus jamais tenham dito, e, pior, continuam não dizendo; pois esta corrupção que assombra o país, tomou conta, também, das artes visuais. Quem criticou, quem denunciou, e foram poucos, foi imediatamente esquecido no escaninho da marginalidade. Ou seja, A MP não disse tudo e muito falta a ser dito. Por exemplo: que uma coisa é o paisagismo do local, onde a bela natureza é realçada pela bela arte do belo desenho e uma eficiente jardinagem; outra é que esta “lavanderia” lavou muitas outras coisas sujas. Por exemplo, o marketing da atual arte contemporânea, algo corrupto, colonizado e lesivo à inteligência e ao desenvolvimento da arte e da cultura brasileira. Explico, o dinheiro lavado em Inhotim serviu para comprar a imprensa vendida (às vezes ingênua) por anos a fio. Serviu, e serve, também para alimentar uma relação mafiosa entre as galerias, a mídia, os acadêmicos e os museus. Fulano diz que é bom, o burocrata do museu replica que sim, o galerista enche os bolsos, a mídia estampa e todos vão visitar a Documenta de Kassel ou a Bienal de Veneza (Se for um acadêmico sem prestígio ganha uma passagem na ponte-aérea para visitar a Bienal de São Paulo). Serviu, enfim, para o engodo de afirmar que tudo é arte, fraude esta, alimentada por uma enxurrada de fake news, onde uma outra enxurrada de blá-blá-blá curatorial, pseudo-crítico, afirmava a não necessidade da beleza, da pessoalidade, do talento do artista, qualidades, a rigor, essenciais à Arte, com letra maiúscula.
A lavagem de dinheiro é um crime de corrupção que atinge toda a sociedade. Inhotim é uma lavanderia entulhada de roupa suja. Pra ser lavada dentro e fora de casa. Começou, já com muito atraso, a ser lavada fora de casa, vamos ver se a Arte, internamente, consegue se lavar desta sujeira toda, que fede a crítica, mancha a imprensa, prestando-se a um colonialismo inadmissível e um mercantilismo que está a matá-la. O povo já sabe disto, porque na sua sabedoria, não a entende, e até ri-se dela. Faltam os galeristas, os diretores dos museus, os maus ou tontos jornalistas, os acadêmicos, sem falar, é claro, dos maus artistas que pactuam com esta inominável corrupção. Que as artes visuais tomem um bom banho, preferivelmente com sabão de coco e detergente.
É uma cretinice: eles usam a beleza da natureza para negar a beleza na arte. Parece brincadeira, mas é roubalheira mesmo, e em prejuízo da arte e da cultura.