MINHAS FLORES, POR OSCAR ARARIPE
Por Oscar Araripe/ Minhas flores são flores que não são flores, em vasos que não são vasos, sobre toalhas que não são toalhas. Às vezes são visitadas por borboletas, que nem são borboletas./ São flores alegres, silenciosas, e que gritam: fora da Arte não há solução, ela que a tudo redime e dá direção./ A cor é a bondade da flor. Formosa é a forma da flor e a flor da forma. Pintar a flor da flor – eis o fim da pintura./ Síntese: fazer de tudo, de tudo fazer; para depois só flores pintar. Pinto para que tudo vire pintura./ Receber com flores. Nada melhor. Nada maior. A pessoa da flor; ninguém a amou mais que eu./ Vamos sempre pintar flores na esperança de fazê-las voar como as borboletas. Os olhos são as borboletas do homem./ As cores são invenções das flores. Viva é a surpresa de uma flor... /Borboletas, flores. / Extravagantes ambas, entre uma e outra o meu coração balança./ Tudo que pintei foram cósmicas paisagens de flores magnetares./ Como a arte faz a vida? – eis a nossa questão. / Mas, ao pintar um novo jarro de flores, tudo desaparece, pois a arte é anterior à própria vida./ Revolução em Pintura é pintar um novo jarro de flores. Nada mais do que isto./ A Liberdade é uma questão estética, não existe beleza na miséria. Toda flor é bela. Todo belo é livre./ Eu pinto flores para viver de cores e morrer alegre.
MINHAS FLORES, POR OSCAR ARARIPE