Resenha limita-se ao já dito na orelha da obra Imaculada / A Amazônia que nos deu à luz
Essa semana, o espaço apresenta uma obra que reflete sobre memória, a partir de inspiração na série pictórica Flores para a Imaculada Conceição — hoje entronizada no Museu Aleijadinho, em Ouro Preto —, a obra Imaculada: a Amazônia que nos deu à luz nasce em diálogo com a pintura, propondo uma poética da pureza e uma utopia presente, vivida no “aqui e agora”.
Entre os anos de 1972 e 1986, em Mirantão, no sul de Minas Gerais, o escritor e artista Oscar Araripe dedicou-se à criação de uma obra monumental. Foram 1.500 páginas manuscritas a grafite sobre papel branco, que, após décadas de revisão e maturação, resultaram em uma versão definitiva de 682 páginas, ilustradas por 36 desenhos da série Uaupés — todos de autoria do próprio Araripe. Assim nasceu Imaculada: a Amazônia que nos deu à luz.
Imaculada é uma experiência estética e espiritual, propõe um gênero literário de pureza poética e coragem visionária, que ultrapassa as fronteiras da ficção e da filosofia, unindo texto e arte em um mesmo gesto criador. Inspirada na série pictórica Flores para a Imaculada Conceição — hoje entronizada no Museu Aleijadinho, em Ouro Preto —, a obra nasce em diálogo com a pintura, propondo uma poética da pureza e uma utopia presente, vivida no “aqui e agora”.
A “Imaculada” é, segundo o autor, “a candura que fala” — uma voz desarmada, simples e profundamente humana que convida à reflexão e à transcendência. Araripe apresenta conceitos originais como o “Carnaval da Elevação”, o “Governo dos Poetas e Jardineiros” e o “Santuário da Amazônia”, que reimaginam a sociedade em bases éticas e estéticas, substituindo o poder e a competição por beleza, poesia e consciência. Nesse novo mundo, o dinheiro deixa de ter valor comercial e passa a ser pavimento de estradas ou matéria-prima de balões — símbolos de uma humanidade reconciliada com sua essência.
Sinopse da obra
Em Imaculada: a Amazônia que nos deu à luz, o escritor e artista Oscar de
Alencar Araripe propõe uma reflexão poética e revolucionária sobre o mundo contemporâneo. A obra nasce da urgência de pensar além da atualidade, oferecendo uma utopia presente — não um sonho distante, mas uma experiência de elevação no aqui e agora. A “Imaculada” é a voz da candura que fala com simplicidade e coragem, convocando a humanidade a reencontrar sua essência.
Araripe apresenta ideias provocadoras como o “Carnaval da Elevação”, o “Governo dos Poetas e Jardineiros” e o “Santuário da Amazônia”, imagens que desafiam o poder, o consumo e a política tradicional. Nessa visão de mundo, o dinheiro deixa de ser fetiche e se transforma em poesia; os votos se dirigem a ideias, não a pessoas. Pintor consagrado e escritor de notável sensibilidade, Araripe constrói uma prosa que transborda cores, sons e sentidos — um verdadeiro universo semiótico amazônico, onde a floresta é mãe, amante, musa e divindade. Entre o mito e o humano, o autor revela uma “estética da esperança”, anunciando que o século XXI será dos poetas e dos jardineiros — ou não será século algum.
Combinando beleza crua e imaginação luminosa, Imaculada é uma ode à natureza, à arte e à força criadora do espírito humano. Um livro que se lê com todos os sentidos, que permanece na memória e no coração de quem ousa atravessar suas páginas.
Imaculada: a Amazônia que nos deu à luz
Autor: Oscar de Alencar Araripe
Editora: EDUA - Editora da Universidade Federal do Amazonas
Páginas: 682 pp
Preço: R$ 130
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